Hoje na cúpula, fomos a tenda da “Ford Foundation”, que está instalada próxima ao MAM (Museu de Arte Moderna), esta fundação tem como centro de todas as atividades, a busca pela dignidade humana. No folder promocional que pegamos na entrada está escrito assim: ” Nosso trabalho para promover cidades mais justas e inclusivas, expandir os direitos das comunidades sobre os recursos naturais e fortalecer as vozes das mulheres, de povos indígenas e outras minorias étnicas e raciais, são esforços que refletem nossa certeza na dignidade humana como o único pilar sobre o qual um futuro sustentável pode ser construído”.
Frente da Fundação Ford
Participamos de uma palestra que estava ocorrendo na Fundação, em que o tema abordado era “Aliança dos Povos dos rios da Pan-Amazônia”. Esta é uma aliança que envolve quatro rios e áreas que estão sendo impactadas por projetos de hidrelétricas, são estes rios: Rio Madeira-RO, Teles Pires-MT, Tapajós-PA e Xingu-PA; o conjunto de nove países formam a região Panamazônia: Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname.
Banner da Aliança com imagem metafórica
Foi dito na palestra:
– Há muitas pessoas que reivindicam a implantação de hidrelétricas;
– Populações são diretamente afetadas com essas Usinas. Ex: Usina Tabajara;
– Não só hidrelétricas estão sendo construídas mas também: ferrovias, hidrovias…
– O vazio populacional e o atraso econômico sempre serviram como justificativa para ocupação da Amazônia por grupos com interesses políticos e econômicos;
– Estão presentes na Amazônia: Mineradoras, agronegócio, economia verde, hidrelétricas…
– Pelo menos 5 barragens estão previstas para serem construídas na Amazônia e com isso aproximadamente 30 comunidades sofreriam com os impactos gerados;
-“Capitalismo Verde” é uma falsa solução;
Depoimentos dados:
-Agricultora: deu seu depoimento contra a construção de barragens e economia verde.
– Quebradeira de côco: expôs sua opinião contra a implantação de barragens e relatou a insegurança alimentar que é causada devido a esta construção que devasta grandes áreas, incluindo regiões com grande biodiversidade que servem como fonte de subsistência para famílias locais, que dependem de recursos naturais como o coqueiro por exemplo;
– Senhor que faz parte do “Movimento Xingu Vivo”: criticou o capitalismo e os interesses puramente econômicos das grandes corporações, deu enfoque a opinião dos povos nativos e extrativistas que não são favoráveis a florestas transgênicas e sim a um reflorestamento;
– Índio de Rondônia representou diversas etnias indígenas;
Índio de Rondônia se pronunciando
-Jornalista do Fórum Carajás no Maranhão, enfatizou que as hidrelétricas afetam: terras indígenas, terras para reforma agrária, espaço cultural, monumentos históricos, fauna/flora, biodiversidade…
Após essa palestra, seguimos até a Assembléia dos Povos que estava rolando em um espaço aberto, na própria Cúpula…onde várias pessoas que representavam entidades, grupos e movimentos puderam se manifestar e expor suas opiniões diante da comunidade civil.
Cartaz da Assembléia dos Povos
Segue abaixo algumas fotos e vídeos:
Faixa em protesto para a parada na construção da Usina de Belo Monte – Xingu
Foto panorâmica da Assembléia dos Povos
Clique abaixo para ver o vídeo:
Fomos também a uma palestra sobre agroecologia que estava acontecendo na tenda do Greenpeace que divulgava o projeto “Desmatamento Zero”. Lá haviam três pessoas que estavam abordando o tema, dentre elas duas mulheres que estão envolvidas com agroecologia, uma trabalha no Sabiá (Centro de Desenvolcimento Agroecológico) e esclareceu para nós temas como:
Mesa com palestrantes
- Princípios Agroecológicos
- Agricultura Agroflorestal
- Importância da Agrofloresta no semiárido
- Agricultura Convencional/moderna
- Implantação de SAF’s(Sistemas Agroflorestais)
- Planejamento do Agroecossistema
- Cobertura e proteção do solo
- Podas e releamentos
- Trabalho em família e mutirões
Sensibilização nas atividades de intercâmbios de saberes
As considerações finais foram as seguintes:
“Todos esses cuidados mostram como é possível fazer uma agricultura produtiva e de qualidade na caatinga. Trabalhar com agrofloresta no semiárido é um caminho para a qualidade de vida das famílias da região, pois junta produção, preservação ambiental, geração de renda e alimentação de qualidade e quantidade para todos e todas”.
Enquanto andávamos pelo Aterro, nos deparamos com uma exposição de fotos; quando cheguei perto vi uma foto que me fez lembrar de um vídeo que vi no youtube há um tempo atrás e que se chama “A criminalização do artista“, resolvi perguntar para o homem que tirou aquelas fotos, se estas se referiam ao episódio que ocorreu em BH, em que a polícia reprimiu e confiscou todo o trabalho de artistas de rua que vendiam artesanato…ele confirmou e disse ainda, que produziu este vídeo; conversamos e ele comentou que aquelas fotos não estariam a venda, pois o intuito dele é divulgar cenas que mostram repressão, temas sociais etc. Disse ainda que não gosta de ser chamado de hippie, apesar de ter uma certa influência no seu modo de vida, pois se considera “maluco de estrada”, que vive viajando, ficando cada hora num canto, resumindo-se a uma vida livre e sem um rumo certo.
Segue abaixo fotos tiradas por este grande artista:
Exposição do “maluco de estrada”
Fotos do episódio que ocorreu em BH
Por enquanto é isso…
Beijos,
Clara